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Estamos Todos Envelhecendo

15 de janeiro de 2019

Quando percebemos, vamos nos vendo envelhecidos.

Todos vivem buscando os cuidados com sua matéria, procurando de alguma maneira mostrar uma jovialidade aparente, e vão de alguma forma mascarando seu envelhecimento.

Triste ilusão querer conservar somente sua matéria. As pessoas esquecem que o verdadeiro envelhecimento se dá de dentro para fora e não o inverso.

É muito comum não percebermos que estamos envelhecendo em nossas atitudes, nossa maneira de nos comunicarmos, nossas palavras, nossos pensamentos, nossos comportamentos.

Nem percebemos que estamos vivendo como velhos e fazendo tudo envelhecer à nossa volta.

Tampouco compreendemos porque envelhecemos. E o que é esse tal de envelhecimento?

Não envelhecemos porque temos um certo tempo nessa dimensão, envelhecemos porque não renovamos e tampouco transformamos nossos valores, nossas maneiras de nos relacionarmos com a dimensão.

Quando percebemos estamos fechados em nossos mundos que criamos e tanto valorizamos, esquecendo que a vida é dinâmica. Tudo é dinâmico e nós vamos nos acomodando e esquecendo de nos transformar diante do novo.

Ao invés de nos renovarmos, começamos a criticar o novo, a discordar do novo e principalmente a discutir com o novo. Isso é o envelhecimento, é sempre estarmos avaliando e comparando o novo com o velho, comparando qual tem mais valor, e pensando que aquilo que passou era muito melhor do que o que temos hoje.

Enfim, passamos a deixar de viver para ficarmos avaliando e julgando a vida e seus riscos.

Deixamos de ter prazer por conta dos riscos que esse prazer possa ter, abandonamos o presente para vivermos dentro de nossas lembranças, já não fazemos novas amizades porque as pessoas são tão chatas atualmente, ouvimos as velhas músicas porque essas novas não tem nada de mensagem, enfim, o envelhecimento da matéria não é o importante e sim o da sua essência que realmente é preocupante.

Mas a nossa essência não é energia? E toda a energia não envelhece?

Certíssima essa análise: a energia não envelhece. Mas ela pode ficar estagnada e essa estagnação é o tal envelhecimento que chamamos.

Quando estagnamos energeticamente, nossa matéria começa a sofrer os efeitos rapidamente. Enquanto as pessoas estão preocupadas em como manter a jovialidade da matéria, o Pai nos ensina que o importante é manter a jovialidade da nossa essência, se transformando a todo instante, não julgando o novo, mas se rejuvenescendo com todo o aprendizado que o novo nos proporciona.

Não deixando que o medo tome conta das nossas atitudes e muito menos que as desilusões da vida nos apague a nossa capacidade de amar, levando-nos a desacreditar que o amor é uma ilusão e não existe.

Precisamos nos manter jovens sempre, não para que nossa matéria não envelheça, mas sim, para que nossos comportamentos não sejam ultrapassados diante das transformações que a cada instante estão ocorrendo na dimensão.

Sermos joviais não significa conseguir fazer o que uma pessoa de 20 anos faz. Sermos joviais significa conseguirmos nos relacionar com uma pessoa de 20 anos sem o julgar, sem o criticar, sem o comparar, mas aprender com tudo o que ela traz de novo. Não é irmos a um parquinho e ensinarmos aos nossos filhos a viver como nós vivíamos, mas é aprender com eles os novos valores da dimensão, aprender com eles a viver o presente de uma maneira plena e infinita. É desapegar dos nossos valores da mesma maneira como eles deixaram para trás as fraldas, as mamadeiras, seus brinquedos preferidos que tanto nos deixam saudades e acabamos não vendo as novas fases que estão vivenciando, juntando e guardando tudo aquilo que acabará, nos remetendo àqueles momentos que fazem parte do passado e que nunca mais retornarão. Esse nosso apego só está impedindo de vivermos o novo que eles já estão vivenciando.

Sermos joviais não está em avaliar se nosso presente é ” melhor ou pior” que nosso passado. Sermos joviais é estarmos aprendendo sempre como se a vida não tivesse amanhã e principalmente como se nunca houvesse passado. É vermos a vida como um eterno presente, onde o novo é o pacote que precisamos abrir todos os dias. Assim, podemos brincar com o que tem dentro dessa caixa, sem ficarmos pensando que tudo poderia ser diferente, mas como se passássemos a sentir que tudo começa e termina exatamente no agora. Futuro e passado é uma ilusão, uma crença criada pela dimensão para fazer você envelhecer e deixar de viver o que o presente te dá a todo instante: a jovialidade.

Atair dos Santos

Foto de Marcus Wallis em Unsplash



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