A Sutileza Do Prazer

O quão delicado é o prazer?
O quão sutil é o prazer?
O quão profundo é o prazer?
Você sabe ter prazer?
Você sabe proporcionar o prazer?

Tantas perguntas para uma única resposta.

Todos falam tanto em ter prazer, viver com prazer.

Primeiramente, prazer na linguagem do Pai é viver sem expectativas, é tornar-se puro.

Começando por aí, identificaremos o prazer, não como um desejo de vida, mas sim como um estado de vida.
Sempre estaremos vivendo com prazer ou fazendo as coisas com prazer quando estivermos vivendo sem nenhuma expectativa, simplesmente realizando as coisas pelo seu momento, sem esperar nada desse momento.

O prazer é a nossa entrega total naquilo que estamos fazendo. É o mergulhar profundo sem fazer nenhum questionamento sobre nada. É a total confiança em si, no outro e no Pai, sabendo que você sempre estará amparado no afeto e no carinho sem nunca ter feito nenhum pedido. É sentir a fusão de todas as energias de forma tão sutil, onde a plenitude se faz presente e te reconforta de todos os infortúnios da vida.
O prazer estará além das palavras e principalmente além dos desejos. O prazer sempre estará na entrega e nunca no receber.

Só saberemos o que é o prazer quando soubermos fazermos nossa entrega total sem nenhuma resistência aos braços da vida, sem questionar e sem esperar nada em troca.
Como é difícil termos prazer. Não porque ele é algo de difícil realização, mas porque ele é simplesmente a abstinência de qualquer forma de poder ou domínio, ele é a liberação de tudo aquilo que podemos chamar de controle.
Ele não passa pelos pensamentos das pessoas, ele simplesmente passa pelo sentir que vai transformando cada um que é tocado pela sua sutileza.
Ele é como cada manhã em nossas vidas que vem com toda intensidade e cheia de energia, iluminando toda a escuridão da noite, transformando sonhos em realidade e dissipando tudo aquilo que faz o sofrimento e o empobrecimento da humanidade.

Precisamos não querer ter prazer, precisamos ser prazer em tudo o que fazemos, em tudo o que somos e principalmente em tudo o que nos tornamos.
Prazer não é e nunca poderá ser um momento da vida, ele precisa ser a vida.

Por isso, nos ensinamentos do Pai, o prazer é a base de toda espiritualidade. É nele que as pessoas irão encontrar a serenidade de uma vida plena e livre. É nele que encontraremos a razão de viver e será sempre nele que iremos nos fundir um no outro, transformando os milhares em um só, transformando a quantidade em unidade e a unidade na divindade que se resumirá no eterno dom de servir sempre.

Atair dos Santos

Foto de Ricardo Gomez Angel em Unsplash